Arte da Tapeçaria do Espraiado é tombada pela Prefeitura
“A gente crê que vai vencer, tem que ter esperança.” A frase é de Vera Lúcia, uma das tapeceiras do grupo que resiste no Espraiado. Vera, Ilma Macedo e Maria de Lourdes Pereira formam o grupo de tapeceiras que aprenderam o ofício com Madeleine Colaço e que agora têm um motivo a mais para sorrir: a Prefeitura declarou no último dia 15/01, a Arte da Tapeçaria do Espraiado como Patrimônio Histórico, Artístico, Ambiental e Cultural do município.
O subsecretário de Comércio, Empreendedorismo e Defesa do Consumidor, Luciano Leal, contou que a iniciativa pretende estimular o crescimento da arte. “O tombamento visa a criação de políticas públicas de fortalecimento da arte na cidade. Esta proposta consiste na estruturação das ações de proteção e conservação da Arte da Tapeçaria, difundida e enraizada no bairro do Espraiado”, disse.
Ainda segundo Luciano, esse tombamento é uma forma de fortalecer as raízes culturais da cidade. “Antes de pensar em futuro é importante conhecer e preservar na memória e fontes culturais, no sentido da afirmação de sua identidade e pertinência a sua cidade. Se as pessoas têm conhecimento de suas próprias origens e conscientemente sabem da relevância das mesmas para suas vidas, passarão a valorizar transmitindo-o para as gerações futuras”, completou.
“O tombamento é muito importante para que a arte fique viva, senão daqui a pouco ninguém fala mais sobre – ninguém mais aprende a tapeçaria”, disse a tapeceira Maria de Lourdes Pereira.
“A gente já considerava a tapeçaria patrimônio de Maricá desde que a Madeleine Colaço escolheu o Espraiado para viver. Agora, com o tombamento, a gente pode ter mais força, mais esperança de que a nossa arte não vai acabar. Com o apoio da Prefeitura estamos esperançosas de que tudo vai melhorar”, contou Ilma Macedo, que é coordenadora do grupo das tapeceiras.
Ela explicou o porquê do diferencial da arte. “Todas as telas são peças únicas, não sei em outros lugares, mas aqui inclusive fazemos pontos diferenciais, como o “rabo de rato”. Não tem bordado com esse ponto, ele foi criado pela Madeleine Colaço, que deu certo. Até hoje esse ponto é um destaque aqui para a gente”, disse.