quinta-feira, julho 4, 2024
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Ex-prefeito de Maricá Washington Quaquá lança sua marca Favela.

 

Amigos e admiradores de Whashington Quaquá estiveram no coquetel de lançamento da loja em Ipanema zona sul do Rio de Janeiro, que contou com a presença de várias pessoas do seguimento artístico e cultural. Fotos Sheila Guimarães

A marca FAVELA inaugurou sua primeira loja  em Ipanema dia 19 de dezembro. Mas o projeto vai muito além de um comércio comum. Liderado pelo ex-prefeito de Maricá,  Washington Quaquá, o objetivo da marca é valorizar e  promover a distribuição de renda com responsabilidade social, através das cooperativas na produção de camisetas, shorts, camisas, acessórios e souvenirs.

A loja em Ipanema é a primeira, mas o objetivo é ampliar o projeto.  “Começamos em Ipanema, estamos pensando em abrir uma loja na Lapa, em Shopping, aeroporto. E vamos abrir uma loja em Maricá junto com o Clube, o Marica Futebol Clube”, ressaltou Quaquá, que fez uma pareceria com a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.

A marca foi criada por Washington Quaquá visando fomentar a renda em comunidades carentes. “ Depois de deixar de ser prefeito comecei a ter ideia de fazer outras coisas e pensei: ‘vou montar uma empresa que eu seja o dono, mas que eu divida com o povo’. Depois de amadurecer o projeto em Maricá, a marca Favela agora desenvolve a parceria com a Mangueira. “Nós estabelecemos a nossa parceria com a Escola de Samba Mangueira, uma parceria que a gente quer que seja duradoura, e que venda muita pra financiar o desfile”, ressaltou.

Segundo Quaquá, os lucros serão divididos entre a marca e com as parcerias estabelecidas. “Onde a gente tem atuação, a gente está montando uma unidade de produção. As roupas são produzidas por cooperativa. Sairia  mais barato comprar na China,  mas eu não daria emprego no Brasil. Essa marca gera empregos e organiza cooperativas, tem um engajamento social. E 10% do lucro é destinado a trabalho social. Aqui, por exemplo, nós vamos criar um banco pra emprestar dinheiro a custo zero e fomentar o empreendedorismo popular da Mangueira. E 20% de tudo que se vende, vai pra bancar o desfile da nossa Verde e Rosa na Avenida”, explicou.

Para a deputada Rosangêla Zeidan, o projeto só traz benefícios. “Essa ideia não é só uma visão empresarial, é um empreendedorismo solidário. Quem confecciona todo o trabalho são cooperativas de mulheres dessas comunidades com participação no lucro. E a própria Mangueira, que é uma Escola com uma história cultural e é de uma favela. Quando você compra uma camisa, você está ajudando a Escola, as cooperativas. Isso é economia solidária, divisão de lucro, fomentar emprego e ajudar a divulgar a cultura”, pontuou.

A secretária de Cultura de Maricá, Andrea Cunha, achou a ideia é visionária. “Eu acho fantástico porque o Quaquá é um e sempre foi um grande empreendedor. Ele tem toda uma história e está aí com a marca Favela, uma representação muito voltada pro ideal como ele enxerga o mundo, um olhar mais pra periferia, pro povo”, comemorou a secretária.

A atriz Marcela Janini também esteve presente na inauguração e achou que a iniciativa veio em boa hora. “Acho maravilhoso, a festa está de inauguração foi um sucesso, acho que a marca vai ser um sucesso. Ainda mais que está ligada a essa Escola tão tradicional, tão ligada à tradição do Rio de Janeiro. A gente sabe que uma porcentagem  das vendas vão pro carnaval da Mangueira, que é uma Escola  além de tradicional, levanta a bandeira da gente. A Escola homenageou Marielle (Franco), Maria Bethânia, é fiel as suas raízes populares. Traz a cultura popular brasileira em primeiro lugar”, comemora.

Vivi Martins é uma das coordenadoras do projeto em Maricá. “A gente começou a fazer esse trabalho tem uns três anos dentro de cooperativas. Reunimos as mulheres de alguns lugares de baixa-renda, de maior vulnerabilidade social em Maricá. A gente começou a organização através de um curso de confecção industrial do Senai.  As 37 pessoas que continuaram formaram a cooperativa Mundu.  A gente começou a trabalhar com o resgate de Maricá. No final de 2018, veio a ideia da marca própria. É um projeto que inverte a pirâmide. O produtor passa a ser protagonista e fazer parte do lucro da empresa”, analisou a coordenadora.

Jeferson Alves, que organiza projetos sociais na Mangueira, abraçou a parceria.  “Temos um trabalho social no morro e estamos com o Quaquá nesse projeto. Ele trouxe a ideia e a gente  topou. É um trabalho que envolve efetivamente a comunidade. A gente está montando um centro de produção  e vamos começar a produzir pra marca.”, disse Jeferson. Serão camisetas, bolsas, acessórios.  “As seis costureiras já estão acostumadas a trabalhar com carnaval e com essa parceria elas vão ter trabalho o ano todo. Elas bem animadas. A Mangueira tem uma pegada social muito forte e casou com o trabalho da FAVELA”, completou.