quinta-feira, novembro 21, 2024
CapaMaricáPolítica

Feminicídio foi o tema da Audiência Pública em Maricá

A próxima audiência pública realizada pela CPI do Feminicídio será na cidade Campos Fotos Sheila Guimarães

Mais uma Audiência pública foi realizada em Maricá na sexta-feira (20), desta vez para tratar o tema feminicído.  Organizado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que vem investigando casos todo Estado, o evento aconteceu na Lona Cultural Mareille Franco e contou com a presença das deputas Rosangela Zeidan e Martha Rocha a primeira-dama do município, Rosana Horta e outras autoridades.

Coreografia Minha dor não sai no jornal

Para mostrar a importância do assunto, bailarinos da Companhia Attitude Contemporânea realizaram apresentação de dança  sobre a violência e o assédio contra a mulher.   Além de destacar a importância de se discutir a questão do feminicídio, Martha Rocha, presidente da CPI, disse que é essencial conhecer as diversas realidades no Estado. “Hoje em Maricá, a gente está conseguindo fazer uma interface entre a educação, a cultura e o tratamento da violência. Eu quero agradecer o apoio que a gente teve da deputada Zeidan”, disse a deputada.

Martha Rocha  destacou, ainda, sobre os dados da violência contra a mulher. “A gente teve a oportunidade de assistir um belo balé em que ele retrata a questão da violência que acontece todos os dias. Os dados desse mês apontam que a cada cinco dias uma mulher é morta dentro de casa. Então, é importante que na escola  a professora ao perceber que uma criança é vítima de violência intrafamiliar, ela procure essa mãe e encaminhe essa mãe para uma rede de proteção. É importante que num filme, num teatro ou num balé, a gente conheça  a realidade contra a mulher e possa através de todas as áreas da política pública enfrentar esse fenômeno cruel que atinge um terço das mulheres do mundo”, analisou.

A deputada Zeidan agradeceu à deputada Martha Rocha pela oportunidade de realizar a Audiência em Maricá. “Nós tivemos uma discussão na CPI em que eu defendi a audiência em São Gonçalo e defendi aqui. Dois contra pontos, dois municípios vizinhos muito próximos, e São Gonçalo a gente necessita de política pública, ao atendimento e acolhimento dessa mulher”, disse ela, que lembrou que, apesar das políticas existentes no município, ainda há muito trabalho pela frente. “Em Maricá a gente tenta fazer o máximo o que a gente pode, ainda temos que caminhar muito, trazer o projeto Violeta… só que aqui a gente exerce a política público com os projetos sociais”, lembrou.

Zeidan deu como exemplo a economia solidária, que tem feito um trabalho com as mulheres nas cooperativas; “Discutindo a economia solidária, que é uma economia feminista, assistência social faz esse trabalho com a Casa da Mulher, que está ligada a direitos humanos. Nós temos o Passaporte Universitário, que na verdade é um projeto do prefeito com a secretaria de Educação. O prefeito tem discutido com a gente como fazer a inclusão dessas mulheres no projeto também do Passaporte Universitário. O que eu coloco é o empoderamento dessa mulher, a gente precisa ter os três poderes agindo em conjunto. As audiências tem provado isso, o poder judiciário, a defensoria pública, ela precisa da ação do poder executivo e do poder legislativo contribuindo com a produção dos projetos de lei”, ressaltou.

A coordenadora do Centro de Atendimento Especializado em Mulher Nathalia Coutinho Fernandes, Luciana Piredda, ressaltou que as iniciativas públicas tem surtido efeito no município de Maricá. “A nossa taxa tanto de feminicídio quando de tentativa de feminicídio graças a Deus é baixa. Trabalhando com os dados do perfil Mulher 2018, nós tivemos duas tentativas de feminicídio em 2018 e dois feminicídios  em 2019. Eu gosto muito de ressaltar que esses dois casos não passaram pelo atendimento no centro especializado. Eu defendo que o feminicídio é um crime que pode ser evitado, desde que a mulher busque ajuda e que se ela tiver um atendimento de qualidade, ela vai conseguir romper com esse ciclo de violência”, analisou.