quinta-feira, novembro 21, 2024
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Início da flim 2024 reúne artistas e escritores; visitantes apontam falta de sinalização

Dona Wilma, tapeceira do Espraiado, compartilha histórias e técnicas de artesanato durante a roda literária da 9ª Flim, em Maricá, abordando o legado e a preservação cultural. Foto Sheila Guimarães

A 9ª Festa Literária Internacional de Maricá (Flim) teve sua abertura oficial na noite desta sexta-feira (1º/11), com a presença do prefeito Fabiano Horta. O evento contou com um cortejo cultural que reuniu artistas de diversas expressões, incluindo circo, teatro, música, grupos de capoeira, além da Escola de Samba União de Maricá, do Bloco Terreirada e da banda Sinfônica Ambulante, animando o público presente na orla do Parque Nanci.

O cortejo, conduzido pela Sinfônica Ambulante com a música “Maria, Maria”, de Milton Nascimento, e acompanhado pelo samba “O Esperançar do poeta”, da União de Maricá, celebrou a cultura local e o amor pela cidade. Durante seu discurso, o prefeito Horta destacou a importância da Flim na formação cultural dos jovens e seu papel como instrumento de estímulo ao desenvolvimento humano por meio da literatura.

Desafios de acesso e logística

Durante a cobertura do evento, a equipe do jornal ouviu relatos de dificuldades enfrentadas por visitantes para localizar a área da festa. Augusto Souza, 56 anos, que veio de Jacarepaguá com sua filha Lara, de 9 anos, expressou sua frustração com a falta de sinalização nas proximidades. “Não havia indicações claras na estrada ou próximo ao evento. Ficamos perdidos, sem saber qual rua seguir”, relatou. Em um comentário semelhante, Soraya Moreira, 48 anos, que veio de Saquarema com seu filho Matheus, de 8 anos, mencionou que a entrada pela estrada do Parque Nanci a deixou insegura, enfatizando a necessidade de mais segurança e sinalização. “Mas o evento está de parabéns”, completou.

Roda literária sobre territórios e ancestralidade

A primeira roda literária do evento trouxe o professor de Literatura João do Corujão como mediador e reuniu o escritor baiano Itamar Vieira Jr., autor de “Torto Arado”, o antropólogo Jacques D’adesk e a tapeceira de Maricá Ilma Macedo. O tema abordado foi “Territórios de resistência: histórias de luta e ancestralidade”. Vieira destacou o valor da liberdade na literatura e refletiu sobre a imaginação como um espaço livre e inclusivo. “A experiência literária é universal, conectando autores e leitores de diferentes contextos”, afirmou.

D’adesk trouxe à discussão sua pesquisa sobre representações raciais em monumentos do Rio de Janeiro e episódios de racismo histórico, como o preconceito contra soldados africanos na Primeira Guerra Mundial. Já Ilma Macedo compartilhou sua experiência com a técnica artesanal do “ponto brasileiro”, inspirada no trabalho da artista Madeleine Colaço, e o impacto cultural de suas criações que retratam a fauna e flora locais.

Programação da Flim

A Flim 2024, organizada pela Secretaria de Educação de Maricá, ocorre até 10 de novembro, oferecendo uma programação variada de palestras, debates, shows e rodas de conversa, com atividades para todas as idades. O cartunista Ziraldo é o homenageado da edição, com destaque especial na Flimzinha, área dedicada às crianças.

serviço

9ª Flim acontece na orla do Parque Nanci, em Maricá, até 10/11, com programação gratuita das 9h às 20h, incluindo palestras, debates, shows e atividades para todas as idades