Jongo na lona cultural 11 outubro
A partir das 17h desta sexta-feira (11/10) vai ser dia de jongo na Lona Cultural Marielle Franco, na Barra. Pai Nego, à frente do grupo de 20 alunos do Colégio Estadual Euclydes Paulo da Silva, em São José de Imbassaí, onde dá aulas de dança de batuque há três anos, garante que quem for assistir não vai conseguir ficar parado. “Porque é o tipo de ritmo que contagia”, diz.
Vindo da cultura afrodescendente, o jongo, segundo Pai Nego, era uma forma de os escravos avisarem aos outros escravos, em forma de canto, que o feitor estava chegando. “Já com os alunos, trata-se de uma maneira de descontraí-los, de fazê-los movimentar o corpo e espantar os problemas com a cantoria. Eles gostam muito”, comenta sorrindo.
Nascido no Morro do Salgueiro, criado no Turano, na Tijuca, e parte da juventude na Serrinha, em Madureira – Rio de Janeiro – Pai Nego teve seu primeiro contato com o jongo na casa da Tia Djanira, em Intendente Magalhães, “uma jongueira de primeira”, conta. “Eu fui assistir, gostei. Ela precisava de alguém pra batucar, me chamou, eu fiquei e tô nele até hoje”.
Morando há 16 anos em Maricá, recebeu convite para ensinar jongo no colégio de uma professora da unidade, que assistia na casa de Pai Nego uma roda espontânea numa festa. “Meu objetivo agora é conseguir levar o jongo a todas as escolas do município. Deixando claro que não tem nada a ver com religião. Jongo é dança, é canto. É cultura”, esclarece.