Passaporte: prefeitura entrega 1241 bolsas para universitários
Durante a solenidade de entrega das 1.241 bolsas de estudos para cursos de graduação aos estudantes do programa Passaporte Universitário, oferecidas pela Prefeitura de Maricá, as frases mais ouvidas entre as pessoas que lotaram o Colégio Cenecista Maricá, no Centro, eram “sonho realizado” e “oportunidade única”. Entre os contemplados, jovens acompanhados de pais orgulhosos, pais que por conta do programa vão estudar com os filhos e muitos que haviam adiado o projeto de uma universidade ainda na juventude por causa da família ou da falta de recursos e que, agora, poderão concretizá-lo.
“É uma felicidade enorme ver nossos filhos conquistando essa meta, principalmente para mim que não tive condições de estudar como ele”, revelou a professora Simone Silveira, de 45 anos, que mora em Ponta Grossa e estava com o filho Carlos Roberto Miranda, de 18 anos, enquanto aguardava o jovem pegar a documentação, que foi entregue a todos os contemplados por equipes da Secretaria de Educação. “Para mim foi muito bom, pois vou poder fazer o que sempre quis”, disse ele, que vai estudar Comunicação.
Outra nova estudante estava com o filho de 6 anos e contou que, mais que realizado, aquele era um sonho resgatado depois de 22 anos. “Eu tinha tentado uma vez o curso de veterinária mas não consegui, aí tive de trabalhar e depois tive meu filho. É maravilhoso o que a prefeitura está promovendo”, frisou a auxiliar de laboratório Daniele Garcia, de 41 anos, que mora no Parque Nanci.
Já a moradora de Itaipuaçu Daniele Pacheco recebeu seu passaporte para estudar Direito um dia antes de completar 39 anos. “É o melhor presente que eu poderia ganhar, estou extremamente feliz”, afirmou ela, que fez questão de abraçar o prefeito Fabiano Horta.
Outra contemplada disse a ele que, depois de formada, gostaria de ser a primeira farmacêutica do Hospital Dr. Ernesto Che Guevara. “Seria uma forma de retribuir ao investimento que o governo faz em mim e nos outros que estão aqui, sejam jovens ou mais velhos”, ponderou Dara Santana, de 22 anos, que também mora em Itaipuaçu, no condomínio do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
A mesma vontade de dar um retorno ao município tinha o inspetor naval Thiago de Lima Sobrinho, de 35 anos, que vai cursar Engenharia Ambiental. “Quero muito trabalhar para devolver o que estão fazendo por mim, sinto muito orgulho e gratidão”, afirmou.
Como disse o candidato com mais idade entre os os contemplados, Arthur Moreira Mota, de 65 anos, “nunca é tarde para aprender”. Entre os já não tão jovens, o gerente hospitalar Rosemberg Vieira de Matos vai fazer sua primeira graduação aos 52 anos, em Administração de Empresas. “Já tenho filhos que fazem faculdade e isso foi um orgulho para eles, emoção pura. O mais bacana é que é uma coisa que está ao alcance de todos”, observou.
Outro pai/estudante era Romero Marins, de 51 anos, que entrou no curso de Administração e estava ao lado da filha Sara, de 21, também contemplada para o curso de Odontologia. “Eu não ia fazer mas ele me incentivou, e agora estamos os dois aqui”, contou a filha, que vai estudar em Vassouras (no Sul Fluminense). Segundo o pai, o incentivo foi mútuo. “Eu batalhei pelo sonho dela e acabei realizando o meu também”, revelou Romero, que mora com a família no Parque Eldorado.
Também contemplada, Yesa Aguiar (que é presidente da União Maricaense dos Estudantes), deu outro exemplo de sonho familiar ao falar sobre a mãe, que integra os quadros da Guarda Municipal. “Eu fui criada por mãe solteira, que me deu dignidade, mas sei como é difícil para quem é de baixa renda chegar a uma universidade. Não existe sociedade desenvolvida em parte alguma do mundo sem investimento em educação, e esse governo faz mais que isso porque investe nas pessoas”, ressaltou ela.
Para o pró-reitor do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), professor José Feres Abdo Miranda, o programa é mais que um acesso a um curso universitário. “É um passaporte para a vida, que muda a vida das pessoas e da cidade, uma luz no fim do túnel mesmo. Isso porque se trata de uma iniciativa de impacto inclusivo. Para nós é um grande orgulho participar”, garantiu o dirigente.