Prefeitura de Maricá realiza pré-seminários para a 6ª Conferência Nacional das Cidades

A Secretaria de Urbanismo, organizou o segundo pré-seminário com moradores para a elaboração de propostas para a 6ª Conferência Nacional das Cidades, prevista para 2025. O evento, realizado em Inoã, abordou temas cruciais como segurança pública, sustentabilidade, emergências climáticas, transformação digital e gestão territorial.

As ideias discutidas nas duas etapas municipais – sendo a primeira no Centro, na terça-feira (11) – serão consolidadas no seminário municipal, que contará com a presença de delegados, no auditório do Banco Mumbuca, nos dias 20 e 21 de junho.

Durante a etapa em Inoã, os participantes destacaram a necessidade de considerar a densidade populacional, compreender o uso do solo e promover a integração entre diferentes setores. A população sublinhou a importância de uma abordagem colaborativa e sistematizada para enfrentar desafios urbanos, citando questões como a canalização e supressão de vegetação, dragagem de rios e uso de fundos ambientais.

O arquiteto e urbanista Henrique Barandier ressaltou o enorme passivo ambiental das áreas urbanas e a necessidade de novas formas de gestão para lidar com informações e implementar soluções inovadoras. O major Wellington Silva, da Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Maricá, enfatizou a importância da prevenção, além da resposta a emergências.

No tocante à segurança pública, o secretário municipal de Ordem Pública e Gabinete de Gestão Institucional, Júlio Veras, destacou ações implementadas na cidade que têm contribuído para reduzir a criminalidade. “Maricá está há 22 dias sem registros de roubo de veículos, alcançando a menor série histórica. As políticas públicas implementadas têm contribuído significativamente para a redução da criminalidade”, afirmou Veras.

Debates sobre mobilidade urbana, saneamento e habitação

O primeiro pré-seminário, realizado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Centro, abordou mobilidade urbana, saneamento e habitação. Samuel Jaenisch, do Observatório das Metrópoles e professor da UFRJ, destacou que a construção de uma política urbana precisa ser pensada a longo prazo, com aporte de recursos públicos para garantir a sustentabilidade das iniciativas.

“A política urbana está ligada a pessoas e comunidades. É necessário construir ações específicas por territórios, seja em favelas ou comunidades ribeirinhas. A Conferência das Cidades é uma ótima oportunidade para isso”, afirmou Jaenisch.

Diego Maggi, coordenador geral de Informação do Instituto de Pesquisa Darcy Ribeiro (IDR), apresentou dados do Censo de 2022 do IBGE, mostrando que a população de Maricá cresceu de 127 mil para 197.300 habitantes. Ele observou que muitos moradores migraram do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e da Baixada Fluminense, com maior concentração no Centro (40%), seguido por Itaipuaçu (27%), Inoã e Ponta Negra.

Os moradores sugeriram melhorias como calçadas acessíveis, preservação da Área de Proteção Ambiental (APA) da restinga, ocupação ordenada de terrenos e construção de equipamentos públicos em Ponta Negra.

Próximas etapas

Will Robson, suplente do Conselho da Cidade, explicou que a conferência é voltada para a sociedade civil organizada, com inscrições abertas até 16 de junho através do site da prefeitura ou presencialmente na Secretaria de Urbanismo.

“A conferência cruza as experiências de gestão com novas políticas que podem ser fortalecidas no município e servir de exemplo para outras cidades”, destacou Robson.

A 6ª Conferência Nacional das Cidades terá como tema “Construindo a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano: Caminhos para cidades inclusivas, democráticas, sustentáveis e com justiça social”. A etapa estadual está prevista para ocorrer entre 1º e 15 de novembro.