Prefeitura lança Mapa da Mulher Maricaense
A Prefeitura de Maricá lançou nesta terça-feira (27/02) o Mapa da Mulher Maricaense, uma pesquisa elaborada pelo Instituto Darcy Ribeiro (IDR) em parceria com a Secretaria de Políticas e Defesa dos Direitos das Mulheres sobre a realidade da população feminina, como o acesso aos serviços e a garantia de direitos no município. O portal online já está disponível e traz uma radiografia das mulheres para auxiliar o desenvolvimento de políticas públicas que visam promover o empoderamento, a igualdade de gênero e a prevenção e o combate à violência doméstica e familiar na cidade.
O Mapa é um site (https://encurtador.com.br/
Na cerimônia realizada no Cine Henfil, no Centro, o grupo de teatro das Oprimidas apresentou a peça “Até quando?”, que discute a formação da sociedade patriarcal desde a infância até os casos de violência. A secretária municipal de Políticas e Defesa dos Direitos das Mulheres, Luciana Piredda, afirmou que o machismo também oprime os meninos que podem se tornar agressores quando adultos.
“Para mudar isso, vamos instalar na secretaria um grupo reflexivo para homens agressores. Nós, mulheres, sofremos cotidianamente com vários tipos de violência, mas queremos com esse mapa mostrar as saídas, de como romper esse ciclo, aonde a mulher pode buscar ajuda para que nós possamos cada vez mais caminhar rumo à igualdade de gênero e de uma sociedade livre da violência”, destacou Piredda.
Ferramenta online
Rafaela Lima, representante do IDR, informou que o mapa traz o perfil da mulher que compõe a sociedade e que os dados são importantes para contribuírem com políticas assertivas, focadas nas soluções dos problemas.
“Nós somos a maioria que estão nos espaços e consumimos os serviços públicos da nossa cidade, como a questão do transporte, da saúde, da educação. Na maioria das vezes, nós levamos os nossos filhos para as escolas e as pessoas doentes para o hospital. Então, a gente tem esse melhor feeling para falar sobre esses serviços prestados e esse mapa irá ajudar muito”, disse a representante do IDR.
Carla Ramos, diretora da Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, destacou que a importância das mulheres ocupando mais cadeiras na Câmara Municipal. “Esse mapa é fundamental para a criação de políticas públicas que cheguem realmente no lugar onde elas precisam chegar”, ressaltou.
A secretária das Mulheres do Estado do Rio de Janeiro, Heloisa Aguiar, colocou a pasta à disposição de parcerias com Maricá e reforçou que o mapa é fundamental para conhecer a realidade do município. “Essa ferramenta online apresenta os dados que são essenciais para que a gente possa, junto ao Legislativo, oferecer cada vez mais serviços a toda a população do nosso Estado”, destacou.
Também presente no evento, a deputada estadual Rosangela Zeidan disse que as mulheres precisam ocupar mais espaços de poder na sociedade. “O mapa é fundamental para criação de iniciativas direcionadas ao público feminino e também precisamos criar uma rede de proteção porque muitas sofrem violência física e psicológica”, afirmou Zeidan. No fim da solenidade, a cantora Jô Borges fez um show para os convidados.
Perfil feminino
O painel do perfil social leva em conta dados de 39.136 mulheres, que foram entrevistadas pelos agentes de pesquisa do IDR no Censo da Cidadania. No levantamento realizado em 2022, na fase domiciliar, o número estimado de mulheres no município de Maricá é de 104.068, distribuídas pelos quatro distritos.
Essa população representa mais da metade dos habitantes de Maricá, onde a raça negra é a predominante. No distrito de Itaipuaçu, as mulheres brancas são maioria. Em Maricá, foram mapeadas 4.689 mulheres que não sabem ler e escrever, cerca de 78% se concentram nos distritos Centro e Inoã, que possuem o maior comércio da cidade.
O IDR também digitalizou todos atendimentos da Casa da Mulher, que reúne Estatísticas sobre casos de violência doméstica e familiar, assim como os locais de atendimento, apoios disponíveis para mulheres vítimas de violência e os encaminhamentos dos casos de forma consolidada. O conjunto de dados reúne informações de 2.400 mulheres, referentes aos anos de 2021, 2022 e 2023.
Informações sobre mulheres trans, legislação municipal, canal de atendimento e o acesso à Casa da Mulher também estão disponíveis no site, para que o trabalho seja otimizado. É importante frisar que, algumas informações serão exclusivas do poder público.