Roda de conversa discute saúde mental em São Pedro da Aldeia
A Prefeitura de São Pedro da Aldeia, por meio da Secretaria de Educação, promoveu nesta segunda-feira (24) uma roda de conversa sobre automutilação, depressão e suicídio na adolescência. O encontro foi ministrado pela coordenadora de Saúde Preventiva da SEMED, Maria Regina da Silveira, pela diretora do Programa Municipal de Saúde Mental, Rosemary Calazans Cypriano, pela coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSi), Renata Alves, e pela orientadora educacional e psicóloga, Madelaine Godinho.
Com metodologia participativa e com ênfase na troca de experiências, a roda de conversa contou com a participação de orientadores educacionais, professores da rede, psicólogos e assistentes sociais, além de representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), do Conselho Tutelar e da Pastoral da Criança. A programação teve início com a apresentação dos profissionais participantes.
Na oportunidade, a coordenadora de Saúde Preventiva, Maria Regina da Silveira, falou sobre a importância do encontro. “Planejamos essa roda de conversa porque temos tido alguns casos nas nossas escolas voltados, principalmente, para a questão de automutilação e isso nos preocupou muito. A adolescência é um momento de muitos conflitos e precisamos conscientizar e sensibilizar nossos profissionais para terem um olhar especial ao observar o comportamento diferenciado de alguns adolescentes. Junto com a Saúde, nós pensamos em fazer esse momento de reflexão para conhecer um pouco melhor esse tema e para saber lidar com essas situações nas escolas”, salientou.
No período da manhã, a primeira palestra do dia foi ministrada pela psicóloga e coordenadora do CAPSi, Renata Alves, que enfatizou a importância de ouvir, questionar e ficar atento aos sinais e sintomas. Dentre os assuntos abordados estiveram o comportamento suicida, público-alvo e vulnerável, o cuidado às famílias, dados estatísticos nacionais e mundiais, a notificação de violência pessoal e autoprovocada, além da importância do trabalho em rede.
“O Ministério da Saúde preconizou o Setembro Amarelo como o mês de divulgação de ações para a prevenção do ato suicida, apesar de ser um trabalho que deve ser realizado durante todo o ano. Nós debatemos questões a partir de experiências que os profissionais têm tido e observado. A escola está diretamente ligada a esses jovens, então é essencial saber de que forma podemos ajudar, seja por nos colocar no lugar do outro, questionar os motivos e oferecer essa escuta que não precisa, necessariamente, ser dada por um profissional da saúde”, afirmou Renata.
Após pausa para o intervalo, foi exibida uma reportagem sobre como a automutilação afeta 20% dos jovens brasileiros. Em seguida, Madelaine Godinho deu início à sua explanação. Com uma apresentação guiada por tópicos, a orientadora educacional e psicóloga falou sobre subjetividade, suporte fragilizado, conflitos relacionados ao sentido da vida e a forma como o assunto é abordado dentro das escolas. A palestra da diretora do Programa Municipal de Saúde Mental, Rosemary Calazans Cypriano, foi realizada durante o encontro da tarde.
Para a orientadora educacional e professora da rede, Sheila Soares Marchon, a troca de experiências e o aprendizado adquirido no curso são muito importantes no auxílio a outras pessoas. “Ainda há um tabu e certo medo na hora de falar sobre esses assuntos, porque muita gente acha que essa é uma forma de incentivar, mas não pensa que a informação é extremamente importante para a prevenção. Na maioria das vezes, o adolescente não se abre com a família, mas tem confiança no profissional dentro da unidade, então a escola tem a oportunidade de intermediar e ajudar esse jovem”, destacou.
Promovido em duas turmas, uma no período da manhã e outra durante a tarde, o encontro foi realizado no Centro de Formação Continuada Prof.ª Ismênia Trindade. Com carga horária de quatro horas, a roda de conversa teve como objetivo abrir um espaço de discussão e informações acerca da automutilação, depressão e suicídio na adolescência, além de discutir possíveis intervenções.
ASCOM/PMSPA