Vandalismo contra brinquedos na Praça Orlando de Barros Pimentel revolta usuários
Uma das principais políticas de governo, a oferta de qualidade de vida através da revitalização de espaços públicos vem atendendo a todas as idades. Maricá hoje possui áreas de lazer para a criançada e academias de ginástica destinadas a adultos e idosos. Em outubro, além da reforma dos espaços na Praça do Barroco (Itaipuaçu) e na Praça Orlando de Barros Pimentel (Centro), a Prefeitura instalou um playground e uma academia ao ar livre na Praça Tiradentes (Araçatiba). O benefício, no entanto, não durou nem um mês. Há algumas noites brinquedos e aparelhos foram destruídos por uso indevido ou puro vandalismo.
Moradora do Caju há 25 anos, Maria do Carmo Brugger (60 anos) acompanhava nesta terça-feira (06/11) a neta Linda, de 5 anos, na praça do Centro. Ela explicou que vê muitos adolescentes nos brinquedos sempre que passa. “Eles saem da escola e em vez de irem para casa ficam aqui fumando, bebendo, deixam garrafas de refrigerante pelo chão. E são maiores que os balanços”, queixou-se. “Acho que tinha que cercar tudo com grade bem alta e colocar um vigia, porque só assim para eles não destruírem mais nada”, lamentou olhando para balanços novinhos totalmente destruídos.
Na Praça Tiradentes, enquanto se exercitava, Luciene dos Santos (39 anos) contou que a situação se repete perto de sua casa, na Arena Flamengo. “Eu moro pertinho da quadra, mas as crianças de colégio que tem atividade lá, enquanto esperam o horário de suas atividades ficam destruindo os aparelhos dali da frente. Já reformaram várias vezes. Quando eu vejo algum destruindo, eu falo mesmo. Os pais tinham que falar para os filhos não fazerem, mas eles não falam e quando a gente vai falar, não gostam”, destacou.
“Aqui não é diferente. Outro dia tinha uma criança batendo com uma pedra no aparelho de ginástica. Uma moça que também estava fazendo exercício brigou com ela falando que não é espaço para criança e a mandando ir para o parquinho. Mas dá um nervoso, uma vontade de ir lá, puxar e tirar”, disse revoltada Alcileia Silva (58 anos), que mora em Araçatiba e está acostumada a malhar e caminhar na beira da lagoa. “Tem pessoas já adultas que também vão para lá brincar no parque das crianças. Tem que se mancar, gente. As pessoas não tem consciência das coisas. Se a Prefeitura não faz reclamam. E se faz, não dão valor”, ressaltou.
Quando um brinquedo é quebrado, sua substituição acaba não sendo feita imediatamente, pois a Secretaria de Conservação, responsável pelo serviço, tem um cronograma a seguir com diversas intervenções agendadas por toda a cidade. “Uma das nossas preocupações é atender as praças que normalmente são frequentadas pelos moradores, mas é necessário cuidar do patrimônio que não é da Prefeitura apenas, mas de todos os cidadãos. Quando paramos para atender determinado local por algum ato de vandalismo deixamos de atender outras localidades. O dinheiro que é investido nos reparos de brinquedos poderia estar sendo usado na construção de outros parquinhos e academias em bairros onde há necessidade também. Sem falar que quando um aparelho é destruído, até que ele seja consertado para ser recolocado, quem perde é a própria população, que acaba privada de determinada atividade”, explicou o secretário Adelso Pereira. Na tarde desta quarta-feira (07/11), uma equipe da Conservação fez o reparo no equipamento danificado na Praça Orlando de Barros Pimentel (Centro).
Foi o que aconteceu na Praça da Bandeira. “Esses adolescentes de 13, 15 anos saiam das escolas e vinham para cá, chegavam, rodavam o balanço para lá e para cá até quebrar. Nós falamos, mas eles não davam confiança. Ficou assim, um balanço e aquela escada do escorrega que eles destruíram. Uma turma de baderneiros. Agora as crianças chegam para brincar e não tem nada, porque os maiores acabaram com tudo”, lembrou Robson Jose de Brito (63 anos) que trabalha no ponto como taxista há 19 anos.
“Antigamente não tinha nenhum brinquedo como diversão para as crianças, elas tinham que ficar brincando com alguma coisa na rua. Agora tem em vários locais. É preciso cuidar”, comemorou Douglas Ramos de Lemos (20 anos), morador do MCMV de Itaipuaçu, enquanto o filho de 2 anos descia no escorrega.
Marilza Loureiro (51 anos) de São José do Imbassaí que estava com a sobrinha, de 3 anos, também falou sobre a importância do parquinho. “No meu caso, por exemplo que a mãe dela está trabalhando e eu precisei vir ao laboratório, encontrei aqui uma opção de fazê-la parar de chorar. Acho que isso acontece com várias outras pessoas. Isso aqui ajuda muito”, refletiu.
Secretário de Segurança, Ordem Pública e Trânsito, Celso Netto explicou que para acabar com a desordem a solução vai ser colocar um grupamento com a função de fiscalização dos parques públicos. “Esse é um problema de ordem pública, mas que com o tempo acaba virando um problema de segurança porque há depredação e se acontece de alguém ver e não aceitar, daqui a pouco um está dando um soco no outro, puxando arma, vai acabar virando um problema de segurança pública. O jeito vai ser colocar homens num plantão de 12h por 36h até o pessoal se acostumar. Vamos incluir essa ronda na ordem de serviço do Proeis”, garantiu.