sábado, junho 29, 2024
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Violência contra a mulher: uma escuta difícil

Foto Katito Carvalho/Secom
Após pedir um minuto de silêncio por todas as mulheres vítimas de violência e, em especial, pela morte da jovem Ysabelli de Oliveira, a vereadora Andréa Cunha deu início à audiência pública “A Segurança da Mulher em Maricá e o Feminicídio” com o vereador Danilo Santos nessa quarta-feira (10) no Cine Henfil. Ressaltando a importância de encontros como esse para pensar políticas públicas e listando projetos de leis e indicações feitas no seu mandato para beneficiar as mulheres do município, passou a palavra ao colega. “Ouvir e propor soluções: é o que viemos fazer aqui“, disse o vereador.
Mas ouvir a sociedade civil em tema tão espinhoso não foi uma tarefa fácil. Momento de muita emoção aconteceu quando Alcimara, mãe de Katlen da Silva Carmo, morta com dois tiros na cabeça pelo ex-namorado Ewerton, se manifestou em lágrimas, elogiando as iniciativas de proteção para a cidade, mas revoltada com o sistema carcerário e judiciário.
“Com a ajuda da Polícia Militar, ele foi preso no dia 15 de junho de 2021 depois de seis meses de busca, mas solto em 18 de maio de 2022 por não ter comparecido a duas audiências marcadas. Agora me digam: como um preso de um presídio não comparece a uma audiência e por isso, é solto? Isso não existe! Hoje, ele vive livre e minha filha está morta”, frisou em visível dor.
Já Luana Silva, do movimento Abraço Coletivo, fez valer sua voz para perguntar: “cadê o assassino de Ysabelli?”, arrancando aplausos da plateia.  “Nossas filhas têm medo de sair de casa! Não é possível que uma cidade rica como Maricá não possa nos dar uma segurança decente”, gritou. Foram muitas falas com demandas específicas, caso de Maria Alice, mulher trans – “somos esquecidas pelo poder público” – entre os 22 coletivos de mulheres que estiveram na audiência levando pautas.
Compondo a mesa de debates, além de Andréa e Danilo, a deputada estadual enfermeira Rejane, presidente da Comissão de Defesa das Mulheres da Alerj, Luciana Piredda, coordenadora da Casa da Mulher de Maricá, vereador Igor Corrêa, João Felipe Dasmaceno, subsecretário de Ordem Pública, Jean Medeiros, comandante da Guarda Municipal de Maricá, Adriana Mota, representando a deputada Zeidan, Kelly Nery Ferreira, representante da OAB-Mulher, vereador Hadesh e o secretário de Segurança, Ordem Pública e Trânsito de Maricá, Júlio Veras, que gentilmente abriu mão de falar para dar mais tempo aos coletivos de exporem suas demandas.