sábado, maio 18, 2024
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Destaque – A mulher derrubando tabus

Nascida e criada em Maricá, Andréa Cunha esta sempre atuando na busca de melhorias para a cidade. Foto Sheila Guimarães

À frente da Secretaria de Cultura de Maricá, Andréa Cunha vem investindo no segmento para transformar positivamente a vida dos moradores da cidade. Formada em Ciências políticas, Marketing Cultural e com extensão em Gestão em Equipamentos Culturais, Andréa trabalhou no governo Darci Ribeiro, de onde traz grande parte da sua bagagem. Em entrevista ao Jornal Portal Lagos, a secretaria falou um pouco da importância da cultura na vida em sociedade.

Essa edição é dedicada ao mês da mulher, a gente queria saber como você vê as mulheres assumindo cargos importantes. Você acha que essa conquista da mulher como uma coisa natural ou ainda existe uma certa resistência?

Pela vivência que eu tenho, acho que tem resistência. Acho que a mulher na política tem o papel primordial, ela tem uma relação com o mundo, com as coisas que circundam nela mesmo e tem uma capacidade incrível, mas infelizmente a política ainda é dos homens. Inclusive a gente tem uma luta aí pela frente, tem muitos movimentos pra que a gente consiga, pelo menos, trabalhar em igualdade de gêneros. Hoje, campanha eleitoral, por exemplo, é 50% homens e 30% mulheres , acho uma discrepância. A câmara de Maricá não se vê mulher, então a gente ainda está nessa luta e vai demorar muitos anos.

Como está sendo trabalhar no Gov. Fabiano Horta, e como esta sendo essa troca?

Está sendo muito boa. É um governo de continuidade, desde que a gente entrou em 2009, na gestão do Whashington Quaquá, tem um projeto político de muitos anos dentro da cidade, começando contra o monopólio, os coronéis da cidade. Nosso trabalho sempre foi contra a concentração, a gente trabalha na relação mais ampliada, iguais pra todos. Em 2017 entrou o Fabiano que é a nossa continuidade, dentro de um projeto político libertador da cidade, já foram três anos, e se Deus quiser a gente ainda tem mais quatro aí e sucessivamente

Como é ser secretária de Cultura num país onde o segmento fica quase sempre relegado a segundo plano?

Em Maricá, eu acho que tem uma tranquilidade maior do que no país. No Brasil, muitas vezes as pessoas não entendem o que é cultura, pensam mais como entretenimento. Passa sem muita importância. Tem uma questão do senso comum de como enxergar a cultura. A cultura pra mim, que vivi cultura a vida inteira, é o pilar de tudo. É o que transforma uma sociedade, a vida das pessoas, dentro da sua própria casa ou na relação com a comunidade, tradições, costumes, crenças. A cultura está em tudo. Se todos soubessem como a cultura transforma de forma tão positiva a vida do ser humano…

Você conta com o apoio municipal?

É difícil porque está enraizado nas pessoas, mas o Fabiano é totalmente voltado pra grande descentralização, ampliação, fomentos culturais pra cidade. Ele me dá muito apoio, me inspira porque é um cara extremamente inteligente, ele sabe muito bem o que é cultura. Ele não confunde a cultura.

O que você pode falar das Lonas Culturais?

Foi um projeto de desde 2008 já era pensado para se concretizar na gestão do Quaquá, mas conseguimos concretizar na gestão do Fabiano Horta. Justamente o objetivo de descentralizar a cultura. A gente tem uma extensão territorial grande. É basicamente pra trabalhos culturais artísticos de formação continuada dentro da cultura, da arte, oficinas, teatro, dança, música.

O que você diria para as mulheres que buscam o reconhecimento na política e na sociedade civil?
Pra continuar lutando, continuar com perseverança. Porque força todos nós temos. Todas as mulheres, mesmo aquela que não consigam perceber que tem essa força, por ser uma sociedade patriarcal, olhar pra frente e sempre caminhar e ter força pra lutar pra conseguir a sua vida dignamente com respeito e lutando sempre pela igualdade de direito. Os direitos são iguais.

Além de mãe, avó, mulher, como se define a Andréa Cunha? Você se sente realizada? Busca mais ?

Uma mulher independente, eu me sinto uma mulher independente. Eu acho que essa é a definição. Porque pra ser mãe, trabalhar fora, pra ser avó. Eu acho que tem mais do que tripla jornada nessa história. É o dom da mulher.

Feliz, realizada. Deus dá a dádiva de sermos avós, ter filhos, na luta, na labuta , no trabalho no dia a dia, na tripla jornada. A gente faz isso muito bem, muito melhor do que os homens, eu sou uma pessoa realizada.

Busco mais. Quero fazer sempre mais pela minha cidade, pela sociedade de Maricá. Eu não consigo me ver fora dessa cidade. A construção política na minha vida começou muito cedo e não consigo me ver fazendo mais nada fora dessa cidade. A não ser que tenha um propósito político lá na frente, mas acho que ainda tenho muito coisa pra fazer por essa cidade onde eu nasci, me criei, onde tenho meus pais, meus filhos, meus netos, meus amigos. É isso, eu amo essa cidade.